sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Crítica: ESPETO
Uma caricatura da velha história de inveja que termina em um assassinato, esta foi a melhor definição que encontrei para este filme. Nele usa-se o cenário de uma churrascaria rodízio e ainda ferramentas do teatro, como cores e expressões fortes, para contar uma paródia em que o personagem principal faz o que acha ser necessário para conseguir o que deseja, inclusive matar um colega de trabalho. Na primeira metade do curta, percebe-se claramente que o Lingüiça se sente inferiorizado, desprezado, ilustrado nas repetidas vezes em que recusam o seu espeto para pedir um pedaço de picanha.
O interessante da história é que todos nós sempre temos alguma coisa que consideramos muito importantes, e ainda assim existem pessoas que nos negam essa consideração, como aconteceu com o Lingüiça. Isso nos provoca muito inveja, e é fato que a inveja mata.
Infelizmente os diretores não souberem como fazer essa caricaturização. Algumas cenas ficaram sem sentido e exageradas, como o momento do devaneio do personagem principal no meio do casamento. Assim o filme tornou-se um tanto enjoado de assistir, e as atuações forçadas de alguns personagens também não ajudaram. Contudo alguns pedaços salvam o curta com boas piadas sutis, afinal qual o sentido de uma mulher “fofa” ir numa churrascaria se esta de dieta ou o que diacho faz um cego numa mesa onde só tem uma boneca? Existem, é claro, coisas mais engraçadas que isso no filme, momentos em que até consegui rir bastante, mas não irei estragar ainda mais o filme para aquele que não foi desencorajado pela minha opinião.
Janaina Scal
(texto produzido na oficina “O curta-metragem brasileiro: história e crítica”)
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